Pudim de pão e manteiga

Faz parte das sobremesas tradicionais inglesas, e pode ser feito com todos os tipos de pão: baguete, panetone, brioche ou mesmo croissants. Esta receita foi preparada com pão com chocolate e ficou deliciosa!


Adaptado de: Cozinha sem limites, Gordon Ramsay, Porto Editora, 2013


Ingredientes:

50 gr de manteiga amolecida e mais um pouco para untar
2-3 colheres de sopa de compota ou geleia (usei de marmelo mas pode ser de outro sabor)
6 pães com chocolate cortados em fatias de 1 cm de espessura
1-2 c. sopa de canela em pó
4 c. sopa de açúcar Demerara (não refinado)
35 gr de uvas passas douradas
500 ml de leite gordo
120 ml de natas espessas
6 ovos
2 vagens de baunilha sem sementes

Preparação:

Pré-aquecer o forno a 180 ºC. Untar uma forma com manteiga.
Aquecer a compota numa caçarola em lume baixo durante 2 minutos até derreter. Retirar e reservar.
Barrar com manteiga as fatias de pão com chocolate de um dos lados, colocar num taça grande e reservar.
Polvilhar a forma untada com cerca de 2 c. de chá de canela, 2 c. sopa de açúcar e as uvas passas. Colocar por cima quase toda a compota, reservando uma pequena quantidade para cobrir no final.
Bater o leite, as natas, os ovos, as sementes de baunilha e 2 c. de chá de canela, e colocar metade dessa mistura sobre o pão. Quando este estiver ligeiramente embebido, colocar na forma de modo que as fatias fiquem ligeiramente sobrepostas. Depois de todo o pão ser colocado na forma, verter a restante mistura de ovos e leite, espalhar por cima o restante açúcar e um pouco de canela em pó.
Colocar no forno durante cerca de 35 a 40 minutos, até dourar.
Pincelar com a restante compota e servir de imediato.


"Oeufs en meurette" - Ovos escalfados em molho de vinho tinto

A região da Borgonha é tradicionalmente conhecida por produzir o melhor pinot noir do mundo para os tintos e o melhor chardonnay para os vinhos brancos, e é repleta de paisagens de enorme beleza pelas suas vinhas, arquitectura, e belos lago e rios. Conta também com uma gastronomia priveligiada, com pratos típicos, de que um dos mais conhecidos são os ovos en meurette, ovos escalfados acompanhados de um molho de vinho tinto servidos sobre uma fatia de pão torrado.


O molho deve ser preparado na véspera pois leva cerca de 2 horas a apurar. A restante preparação é depois relativamente rápida, e o resultado final é um prato bem saboroso, em que o sabor a vinho tinto não é demasiado acentuado, e que pode ser servido como entrada, como é muito comum em França, ou como prato principal.


Adaptado de: Entre panelas e tigelas, Heloísa Bacellar, DBA, 2008


Ingredientes (para 6 pessoas):

1 cebola grande
1 cenoura grande
3 talos de aipo
1 talo grande de alho francês
100 gr de manteiga
2 dentes de alho inteiros sem casca
2,1 l de vinho tinto encorpado
1 caldo de carne
1 ramo de ervas (louro, salsa, manjericão, tomilho e folhas de aipo)
1/4 de chávena de farinha
250 gr de cebola pérola (usei congeladas)
600 gr de cogumelos frescos
300 gr de bacon em cubinhos
1/2 chávena de vinagre de vinho branco
12 ovos bem frescos
12 fatias de pão rústico
sal, pimenta do reino e açúcar

Preparação:

Começar a preparar o molho 3 horas antes ou de preferência de véspera. Cortar a cebola, a cenoura, o aipo e o alho francês em fatias finas. Aquecer 20 gr de manteiga numa panela, juntar os legumes e uma pitada de sal, esperar até amolecerem e acrescentar o alho, o vinho, o caldo de carne e o ramo de ervas. Quando ferver, baixar o lume e deixar reduzir cerca de 2 horas, até obter cerca de 1/3 do volume inicial. Passar por um passador de rede, espremer bem e voltar a colocar na panela.
Numa tijela fazer uma pasta com a farinha e 20 gr de manteiga derretida, juntar ao molho e levar ao lume até engrossar, ajustar o sal e a pimenta, e juntar um pouco de açúcar para ajustar a acidez.

Numa frigideira derreter 20 gr de manteiga, acrescentar sal e um pouco de açúcar, deitar as cebolinhas, cobrir com água e deixar cozinhar em lume brando, até que estejam macias e brilhantes. Juntá-las ao molho.
Na mesma frigideira aqueçer 20 gr de manteiga, juntar os cogumelos, uma pitada de sal e pimenta, e deixar ao lume até que estejam macios e ligeiramente dourados.
Dourar os pedaços de bacon na frigideira até que estejam bem crocantes, escorrer sobre papel absorvente e juntar ao molho.

Para preparar os ovos, aquecer cerca de 2 litros de água numa panela média, esperar ferver, juntar o vinagre e 1 colher de sopa de sal, e baixar o lume para não borbulhar. Um a um, partir os ovos para um pires, deixar escorregar para a água e, rapidamente, banhar com uma escumadeira para tentar envolver a gema com a clara. Esperar o ovo afundar e emergir de novo, contar 1 minuto, retirar com uma escumadeira e deixar secar sobre um pano.
Aquecer o forno a 200 ºC, barrar as fatias de pão com a manteiga restante, polvilhar com sal, espalhar numa assadeira e levar ao forno para dourar.

Colocar em cada prato 2 fatias de pão,  deitar um ovo em cima de cada uma, e regar com o molho. 


"Le Cordon Bleu" - O livro das Técnicas Culinárias

"Há mais de um século que "Le Cordon Bleu" está no coração da gastronomia francesa, pesquisando novas tendências e divulgando o ensino tradicional das clássicas cozinha e pastelaria francesas. Actualmente com escolas em todos os continentes, "Le Cordon Bleu" ensina a todos os seus alunos as habilidades necessárias para servir todos os tipos de pratos."
                                                                   em  "Le Cordon Bleu" - O livro das Técnicas Culinárias






O sucesso de uma receita depende de vários factores. Para além da qualidade dos ingredientes, das suas quantidades e até da forma como a receita explica a preparação, é fundamental dominar as técnicas de cozinha necessárias. Nesse sentido, este livro constitui uma ferramenta base para todos os que pretendem cozinhar com sucesso.

Criado pelos melhores chefes, mas tendo como objectivo a cozinha feita em casa, apresenta fotografias e explicações sobre como escolher os melhores ingredientes, prepará-los de forma eficaz, cozinhá-los de diversas maneiras, e finalmente apresentá-los à mesa.

O livro é constituido por 14 capítulos, cada um focando um alimento ou uma categoria de alimento diferente, para além de uma introdução, algumas explicações sobre a bateria de cozinha e no final informações gerais, que começa com uma pesquisa sobre os sabores do Oriente e Ocidente e as suas ervas e temperos, de seguida apresenta tabelas de medidas e finaliza com um glossário de termos:

  • Caldos e sopas
  • Ovos, queijos e natas
  • Peixes e mariscos
  • Aves domésticas e caça
  • Carnes
  • Legumes e saladas
  • Sementes, grãos e frutos secos
  • Massas
  • Molhos para pratos quentes e frios
  • Fazer pão
  • Frutas
  • Sobremesas 
  • Pastelaria
  • Bolos e biscoitos 

Cada capítulo começa com informações essenciais sobre como escolher os melhores ingredientes; as páginas seguintes explicam os métodos de preparação e as técnicas de cozimento mais adequadas, sempre acompanhados de boas fotografias que facilitam bastante a aprendizagem. Incluem também quadros explicativos sobre todos os assuntos, desde utensílios a ideias de como servir os pratos, e alguns capítulos incluem ainda uma secção especial com sugestões de acabamento e decoração, explicando passo a passo as guarnições mais elaboradas.
Em cada capítulo é apresentado um Especial do Chefe, um prato assinado pelos grandes chefes de Le Cordon Bleu demonstrando o que um cozinheiro amador pode conseguir em termos de apresentação.


Um livro fundamental para quem quer cozinhar com sucesso. Qualquer que seja a sua dúvida sobre cozinha, decerto encontrará aqui a resposta!

Adaptado de: "Le Cordon Bleu" - O livro das Técnicas Culinárias, Jeni Wright e Eric Treuille, Livros e Livros, 1998

Incentivo à leitura!


Livros é o que não falta cá em casa, para além de livros de cozinha. O que por vezes falta  é mais disponibildade para ler. Numa época em que a leitura parece ir aos poucos desaparecendo dos nossos hábitos, a favor de outras formas de entretenimento, foi com muita satisfação que recebi este selo da campanha de incentivo à leitura da Paula, de  Um toque de canela, um blogue delicioso onde encontra sabores de todo o mundo!

As regras deste selo são:

   * Indicar 10 blogs para fazer o MEME - é expressamente proibido oferecer o laço "a quem quiser levar" sem indicar os blogs, isto é, é somente por indicação;

   * Avisar os blogs que escolheu e colocar a imagem no seu blog para apoiar a campanha;

   * Comentar o blog que te indicou;

   * Responder à pergunta: Qual o livro que você indicaria para uma pessoa começar a ler?

  
Em resposta à pergunta, não consigo indicar apenas um livro, por isso o que posso dizer é o seguinte:
  • o livro que li mais vezes: "O Principezinho" de Antoine de Saint-Exupéry
  • o último livro que li: "Verão Quente" de Domingos Amaral
  • o livro que estou a ler: "Dama de espadas" de Mário Zambujal
  • o livro que quero ler a seguir: "Travessuras da menina má" de Mário Vargas Llosa

Relativamente aos blogues que escolhi, eis a lista:

Entre tachos e sabores

Doçuras e especiarias

Uma pedra de sal 

Sabores com tempo

Receitas para felicidade

Pratos que falam

Sobremesas de domingo

Sweet my kitchen

Acre e doce

Cook addiction

Um bom Domingo para todos!

Biscoitos de polenta e tangerina


Preparadas especialmente para o desafio "Vamos Fazer Bolachas?" do blog
 "Cravo e Canela - Uma cozinha no Brasil" aqui fica esta receita bem simples. Espero que gostem.




Adaptado de: Le grand livre Marabout de la Pâtisserie Facile,Vários autores,Hachette Livre (Marabout),2012

Ingredientes:

125 gr de manteiga amolecida
2 c. café de raspa de tangerina
110 gr de açúcar
55 gr de polenta
225 gr de farinha
60 ml de sumo de tangerina

Preparação:

Pré-aquecer o forno a 180 ºC. Untar um tabuleiro e forrá-lo com papel vegetal.
Numa taça bater bem o açúcar com a raspa de tangerina e a manteiga.
Incorporar a polenta e a farinha, e de seguida o sumo de tangerina, por 2 vezes. Misturar bem.
Colocar a massa sobre uma pelicula aderente e dar-lhe o formato desejado (neste caso optei por fazer em forma de quadrado). Envolver bem na película.
Levar ao frígorífico cerca de 30 minutos.
Após esse tempo, retirar a película, cortar em pequenos biscoitos com cerca de 1 cm de espessura e colocá-las sobre o tabuleiro.
Levar ao forno cerca de 15 minutos.
Retirar do forno e deixar repousar 5 min antes de colocar os biscoitos a arrefecer em cima de uma grelha. 

Sopa Italiana de feijão branco e espargos

Nada é tão reconfortante como um prato de sopa, seja quente ou fria. Alguns pesquisadores consideram a sopa como o prato mais antigo do mundo, anterior inclusive às carnes assadas, pois há indícios desse alimento antes mesmo da descoberta do fogo. 

Aqui fica por isso uma deliciosa sopa de feijão branco, aromatizada com alho francês e aipo, e com o toque dos espargos verdes!



Adaptado de: Entre panelas e tigelas, Heloísa Bacellar, DBA, 2008

Ingredientes:

2 molhos de espargos verdes
6 chávenas de água
2 talos de alho francês em rodelas finas
2 talos de aipo em tiras fininhas
1 dente de alho picado
1 lata (grande) de feijão branco
1/2 chávena de queijo parmesão ralado
azeite
sal e pimenta

Preparação:

Começe por preparar os espargos, retirando a parte fibrosa e cortando as pontas. Separe as pontas das restantes partes. Aqueça a água numa panela, deixe ferver, junte sal e as pontas dos espargos, e deixe ferver novamente, cerca de 5 minutos, até que estejam cozidas mas firmes. Reserve o líquido de cozedura, mergulhe as pontas dos espargos em água fria, escorra novamente e reserve.

Numa panela deite um fio de azeite e doure o alho francês e o aipo. Junte o alho, deixe aromatizar e acrescente as restantes partes dos espargos, o feijão com o líquido e a água de cozedura dos espargos. Deixe ferver cerca de 5 a 10 minutos.

Bata a sopa no liquidificador, leve novamente ao lume, junte as pontas dos espargos, e deixe ferver cerca de 1 minuto.

Adicione o parmesão ralado, acerte com sal e pimenta, regue com um fio de azeite e sirva.




Pisciotta, o bolo de azeite


Fazer um bolo com azeite? À primeira vista parece estranho. Os bolos são normalmente preparados com gorduras tradicionais como a manteiga, mas o resultado com azeite é um bolo muito leve, semelhante a um pão-de-ló. A ausência de manteiga permite que os outros sabores sobresaiam e tornam este bolo verdadeiramente delicioso.

Esta é uma receita tradicional de Verona, no norte de Itália, que, segundo a autora, pertence à família de Alda Dalla Rosa, a matriarca e proprietária da trattoria Dalla Rosa, na antiga vila de San Giorgio.
Este bolo surpreendente, que usa apenas azeite de origem local, e possivelmente um dos melhores de Itália, é uma receita recuperada pela filha de Alda dos poucos registros escritos da família.
A origem do nome "Pisciotta"? Não conseguimos saber. Existe uma pequena localidade no Sul de Itália com esse nome, mas não encontrámos nenhuma relação com esta receita. Fica a curiosidade...

Não deixem de experimentar este bolo. E se quiserem adicionar outros aromas, de especiarias ou o que a imaginação permitir, só vai enriquecê-lo!
 



Adaptado de: The Essentials of Classic Italian Cooking, Marcella Hazan, Boxtree (MacmillanPub. Ltd),2011


Ingredientes:

2 ovos
125 gr de açúcar
raspa de 1 limão
sal
6 c. sopa de Marsala*
6 c. sopa de leite
175 ml de azeite
1 c. sopa de fermento em pó
170 gr de farinha

Preparação:

Pré-aquecer o forno a 200ºC.
Bater os ovos com o açúcar até obter uma mistura pálida e esponjosa.
Adicionar a raspa do limão, sal, o Marsala, o leite e o azeite.
Misturar o fermento com a farinha, adicionar à mistura anterior e misturar bem.
Untar uma forma de orifício com azeite, colocar a massa e levar ao forno cerca de 40 minutos.
Retirar do forno, deixar arrefecer cerca de 10 minutos, desenformar e deixar arrefecer totalmente antes de servir.


Marsala é um vinho italiano, da região da Sicília. Pode ser substituído por vinho da Madeira ou Sherry, mais fáceis de obter no mercado.

Gnocchi de espinafres e ricota com molho de tomate e natas

A palavra gnocco em italiano significa "pequeno alto ou inchaço", tal como quando se bate com a cabeça em algum objecto mais duro.Gastronomicamente falando, os gnocchi, no entanto serão tudo menos um "inchaço". Sejam feitos de batata, sêmola ou de espinafres e ricotta, a sua característica principal é serem leves e macios.

Quando experimentar esta receita de gnocchi com espinafres e ricotta vai sentir que está a comer o recheio de um tortellini mas sem a pasta que o rodeia. O gnocchi pode ser servido com molho, neste caso com um molho de tomate e natas, mas também pode ser servido como bolinhos adicionados a uma sopa, muito comum em Itália, ou mesmo gratinados. Em qualquer dos casos o resultado é delicioso.





Adaptado de: The Essentials of Classic Italian Cooking, Marcella Hazan, Boxtree (MacmillanPub. Ltd),2011

Ingredientes:

450 gr de espinafres frescos ou 285 gr de espinafres congelados
sal
25 gr de manteiga
1 c. sopa de cebola picada finamente
2 c. sopa de presunto ou bacon picado finamente
150 gr de ricota
75 gr de farinha
2 gemas de ovo
115 gr de parmesão ralado no momento
noz moscada

Preparação:

Se usar espinafres frescos, lavá-los bem, escorrê-los e colocá-los numa caçarola com sal. Levar ao lume e deixar cozinhar por alguns minutos, até murcharem. Escorrê-los novamente e picá-los.
Se utilizar espinafres congelados, colocá-los directamente na caçarola e cozinhá-los cerca de 5 minutos. Escorrer, deixar arrefecer e escorrer novamente. Picá-los finamente.

Colocar a cebola e a manteiga numa caçarola e levar ao lume até que a cebola fique dourada. Adicionar o presunto ou bacon e deixar cozinhar 1 ou 2 minutos. 
Adicionar os espinafres, temperar com sal e deixar cozinhar cerca de 5 minutos, mexendo com frequência.
Colocar a mistura numa taça e deixar arrefecer até à temperatura ambiente.
Juntar o ricotta e a farinha e misturar bem.
Adicionar as gemas e o parmesão, temperar com uma pitada de noz moscada, e misturar bem até que todos os ingredientes estejam bem ligados. Acertar o tempero.

Formar pequenas bolas com a massa, de preferência com cerca de 1 cm de diâmetro, pois quanto mais pequenas forem as bolas mais rápidamente cozem e favorecem uma melhor distribuição do molho com que serão servidas. Se a mistura se colar às mãos, passar primeiro as mãos por farinha.




Entretanto, preparar o molho de tomate e natas: colocar numa caçarola 3 c. sopa de cebola picada, 3 c. sopa de cenoura ralada e 3 c. sopa de aipo bem picado, adicionar 600 gr de tomate pelado, 85 gr de manteiga e sal. Deixar cozinhar em lume brando, destapado, durante cerca de 45 minutos. Ao fim desse tempo, transformar em puré com a varinha mágica, levar novamente ao lume, adicionar 100 ml de natas e deixar ferver, em lume brando, cerca de 1 minuto. Rectificar os temperos e está pronto a servir.

Voltar aos gnocchi: levar ao lume uma panela de cerca de 2 a 3 de água com sal e deixar ferver.  Colocar 4 ou 5 gnocchi, deixar ferver novamente e cozer durante 3 ou 4 minutos. Retirar para um recipiente aquecido, colocar um pouco do molho por cima e repetir a operação até terminarem todos os gnocchi.
Deitar o restante molho de tomate, envolver bem, polvilhar com parmesão ralado e servir imediatamente.


Ingredientes de sedução


O seu hálito é como mel aromatizado com cravinho;
A sua boca deliciosa como uma manga madura.
Beijar a sua pele é como provar a flor-de lótus.
A concavidade do seu umbigo esconde sortido de especiarias.
Que prazeres vêm depois a língua sabe,
Mas dizê-lo não pode.

(Srngarakarika, Kumaradadatta, Século XII d.C.)




 


O salmão, como quase todas as criaturas da água, é afrodisíaco. Os produtos do mar são ricos em vitaminas, sais minerais e proteína, baixos em gordura, têm sabor delicioso e um odor que evoca os mais íntimos aromas do corpo humano. Neste tiramisu de salmão temperou-se com aneto, uma erva cujas folhas e sementes são sobretudo usadas com peixe. Nas casas escandinavas está sempre presente na mesa. As sementes, colocadas numa garrafa de azeite ou vinagre aromatizam delicadamente, ao passo que as folhas são ideais para fazer cócegas nos pés.

O mel, néctar de Afrodite, dourado tesouro da terra, resultado da alma das flores e do trabalho das abelhas, serviu para adoçar a vida muito antes da descoberta do açúcar. O seu sabor e aroma dependem das flores onde as aladas obreiras o obtêm. A sua reputação como afrodisíaco é extensa: os noivos vão de "lua de mel", e em muitas culturas faz parte da cerimónia e da boda matrimonial. O alto conteúdo de vitamina B, C e sais minerais do pólen estimula a produção de hormonas sexuais. Reactiva instantaneamente os amantes esgotados, porque o corpo absorve-o num tempo mínimo. Nesta receita de tornedós com molho de mel e três pimentas e batatas estampadas é usado juntamente com uma mistura de pimentas (branca, preta e rosa). Da pimenta diz-se que traz alegria aos viúvos e alivia a impotência dos tímidos. Sabia que espirrar é um prazer erótico? O meu avô trazia sempre consigo uma caixinha dourada com pós de rapé e três lenços de cambraia bordados pelas freiras para os seus espirros. Ponha pimenta na almofada da próxima vez que apanhar o seu amor na cama...se não der resultado pode sempre fazer amor sobre o tapete. 

O final perfeito: risotto de chocolate. Chocolate, cuja palavra de origem é Theobroma, e que significa "fruto dos deuses". Quem é que disse que o chocolate não é um dos nutrientes fundamentais da dieta humana? Era a bebida sagrada dos Astecas, estava relacionada com a deusa da fertilidade Xochiquetzal e só era consumido pela nobreza. O cruel conquistador do México, Hernán Cortés, provou-o na corte do imperador Moctezuma e pouco depois introduziu-o em Espanha, onde a sua fama de afrodisíaco era tanta que as mulheres o bebiam às escondidas. Cria tanta dependência e é tão excitante como o café - contém o alcalóide theobromine - mas, além disso, é-lhe atribuido simbolismo nos ritos do cortejamento romântico. 


Texto adaptado de:  Afrodite, Isabel Allende, Difel, 1997

Risotto de chocolate




Adaptado de: Desserts,Vários autores, Hachette Livre (Marabout), 2012

Ingredientes:
600 ml de leite
2 c. sopa de açúcar em pó
Raspa de 1 laranja
25 gr de manteiga sem sal
125 gr de arroz arborio
125 gr de chocolate negro, em pequenos pedaços
1 a 2 c. sopa de Cointreau

Preparação:

Levar a leite a ferver numa caçarola, juntamente com o açúcar e a raspa de laranja.
Numa outra caçarola, derreter  a manteiga e juntar o arroz, deixando envolver bem.
Juntar uma colher de sopa de leite, mexer bem e deixar em lume brando, até que o leite seja absorvido pelo arroz. Repetir com o restante leite, o que pode demorar cerca de 15 minutos.
Adicionar o chocolate e o licor e mexer para homogeneizar.
Colocar em taças, decorar a gosto e servir.



Tiramisú de salmão




Adaptado de: Tiramisu, mascarpone & Cie,Corine Jausserand,Albuns Larousse,2001


Ingredientes:

300 gr de salmão fresco
sumo de 1 limão
2 c. sopa de azeite
2 c. café de pimenta rosa
aneto e cebolinho, picados finamente
250 gr de iogurte grego
100 gr de mascarpone
sal e pimenta


Para os blinis: 40 gr de farinha; 20 gr de farinha de milho; 1/2 c. café de fermento em pó; 1 ovo; 125 de iogurte grego; 20 gr de manteiga derretida

Preparação:


Começar por preparar os blinis: peneirar as farinhas e o fermento e incorporar o ovo e o iogurte, mexendo bem até que a massa esteja homogénea.
Adicionar a manteiga derretida e voltar a bater bem.
Numa pequena frigideira com um pouco de manteiga, deitar uma colher de sopa de massa e deixar dourar de ambos os lados, obtendo pequenos discos semelhantes a panquecas. Repetir até terminar a massa.


Cortar o salmão em pequenos cubos e colocar numa tijela. Adicionar o sumo de limão, o azeite, a pimenta rosa e as ervas aromáticas.
Numa outra tijela adicionar o iogurte grego e o mascarpone, e bater até obter uma mistura suave e homogénea. Temperar com sal e pimenta.
No fundo de uma taça colocar um blini. Deitar por cima uma colher da mistura de mascarpone, de seguida dispor alguns cubos de salmão e terminar com mais um pouco da mistura de mascarpone. Decorar com um raminho de aneto.
Levar ao frigorífico durante pelo menos 4 horas, de forma a que o blini aumente o volume e se torne mais macio.




"No Entrudo come-se tudo"...e talvez uma sericaia...

Filhós
"Talvez para justificar atitudes e comportamentos que as normas sociais nunca aceitaram e frequentemente condenaram, alguém ditou, no tom de sabedoria que caracteriza o adágio popular: "No Entrudo vale tudo". Não será bem assim, por muitos que sejam os desmandos cometidos neste período que antecede a Quaresma. Mas há outro dito, idêntico, que se aceita pacificamente e corresponde à realidade dos dias de hoje, tempo cada vez mais de Carnaval-cartaz-de-turismo, onde já mal se divisa o antigo Entrudo português-caceteiro e ofensivo, avinhado e licencioso. Esse dito, está-se a ver, relaciona-se com a comida: "No Entrudo come-se tudo". Mas mesmo aqui é preciso cuidado com as afirmações definitivas: no Entrudo não tem lugar o peixe, que segundo a já referida sabedoria popular não puxa carroças, e nesta quadra festiva há sempre carroças a puxar, algumas bem pesadas por sinal."
                                                        em "Festas e Comeres do Povo Português" de Mª de Lurdes Modesto

Comer bem e beber melhor continua a ser uma das regras de ouro do Carnaval. Nas ementas predomina a carne de porco (fresca, salgada, fumada ou em enchidos), destacando-se, sobretudo no Norte e Centro do país, o chispe e a orelheira.
Em Trás-os-Montes é frequente comer-se feijoada, cozinhada com feijão encarnado ou feijão branco. Os pézinhos de coentrada, uma das mais emblemáticas especialidades da cozinha Alentejana, constituem a refeição do Domingo Gordo. E embora haja variantes, aquilo a que chamamos cozido à Portuguesa é na verdade o cozido à Transmontana.


Pratos servidos no Entrudo

Também existem sobremesas específicas do Carnaval, com destaque para as filhoses (em algumas terras chama-se Sábado Filhoeiro ao Sábado Gordo). Além das filhoses são ainda da tradição azevias, boleimas, coscorões e nogados no Alentejo, os bolinhós no Algarve e as malassadas nos Açores.


Adaptado de:  Festas e comeres do Povo Português (I),Mª de Lurdes Modesto, Afonso Praça e Nuno Calvet,Verbo,1999


Sericá ou sericaia. Diz-se que a receita veio do Oriente...Seja qual for a sua origem, em Elvas tem tido bom tratamento - em Elvas e noutras regiões Alentejanas.

Ingredientes:

6 ovos
70 gr de farinha
5 dl de leite
300 gr de açúcar
manteiga
canela em pó

Preparação:

Separar as gemas das claras. Dissolver a farinha e as gemas no leite.
Levar o açúcar ao lume com um pouco de água e deixar ferver até começar a alourar.
Adicionar a mistura de leite, lentamente, e deixar cozer, mexendo, até ficar bastante espesso. Retirar do calor e deixar arrefecer.
Bater as claras em castelo e juntar ao preparado anterior, em movimento suaves de baixo para cima.
Deitar o sericá num prato de barro ou de estanho bem untado de manteiga, em colheradas desencontradas.
Polvilhar com canela em pó e levar ao forno bem quente até começar a abrir fendas.



Um livro: "The boy who bakes" de Edd Kimber

"Baking requires skill and perfection, and Edd's got it". Estas são as palavras de Mary Berry, escritora de crítica gastronómica e apresentadora de televisão, juiz no programa de televisão da BBC2 "Great British Bake Off", de que Edd foi o vencedor.


Um livro moderno e inspirador, contendo mais de 80 receitas desde as clássicas até às receitas mais modernas, com um toque de imaginação.

O livro começa com uma introdução de Edd Kimber em que ele nos fala da sua infância e de como nasceu o seu gosto pela cozinha. Tendo sempre presentes memórias inspiradoras de cozinhar scones ou mesmo fazer pão com a sua mãe e a sua avó, o seu interesse pela cozinha e pastelaria foi crescendo, assim como o apetite por novas ideias e novos sabores.

Com um total de 176 páginas, o livro está dividido em 7 capítulos. Logo após a  introdução, vem um pequeno capítulo onde o autor nos dá informações sobre o equipamento básico necessário para poder fazer pastelaria, especialmente importante para quem se começa a aventurar na pastelaria.

O capítulo seguinte é sobre bolos: com 17 receitas que vão desde bolos de camadas, como o bolo de chocolate, o bolo de caramelo e canela (que já aqui apresentámos) ou o bolo Red Velvet, também apresenta receitas de bolos mais pequenos, como os cupcakes de chai e chocolate de leite e os cupcakes de tiramisú, e termina o capítulo com um cheesecake de groselha (de forno).

Segue-se o capítulo de barras e biscoitos: 19 receitas no total, entre Fudge brownies, os tão na moda Macarons (de rosa e framboesa ou de avelã e chocolate), diversas receitas de cookies (chocolat chips, manteiga de amendoim e chocolate de leite, biscoitos sandwich de maracujá), não esquecendo o shortbread, aqui com sabor a mirtilo e macadâmia.

Passamos para o capítulo de pastelaria (17 receitas). Aqui mais uma vez as opções são variadas, e já  apresentámos duas delas: a tartelete de chai e gengibre e a tarte de maçã, noz pecan e mel, duas receitas fantásticas e que nos fazem ter vontade de repetir as restantes.
De entre as 16 receitas de sobremesas do capítulo seguinte, doces para comer com colher, torna-se difícil a escolha, senão vejamos:
"Torta" de pêssego e mirtilo
"Almondine"
Tarte cremosa de banana
Crumble de maçã (individual)
Pavlova de manga e maracujá
Parfait de damasco "crunchy"
Panquecas "Bananas foster"
Mousse de chocolate branco e "matcha"
Chocolat "Pot de crème"
Mousse de chocolate com compota de cassis
Pudim de pão com banana e doce de leite
Pannacotta de "brown sugar"
French toast de coco e queijo creme
Brownie sundae
"Edd'ible mess"
Pudim de brioche com chocolate e banana

O capítulo final é sobre gelados e receitas básicas. Gelado de pipocas, gelado de baunilha, gelado de "matcha" ou sorbet de amora silvestre são algumas das opções.

São apresentadas algumas receitas básicas: molho de chocolate branco, molho de chocolate negro, crème anglaise, crème anglaise com gengibre, creme pasteleiro, creme pasteleiro de chocolate, compotas de fruta, lemon curd, massa folhada, massa para tartes, massa quebrada e uma massa folhada "rústica". Estas receitas, de fácil execução mesmo para cozinheiros menos experientes, são bastante úteis para fazer algumas das receitas apresentadas.

O livro contém um índice por ingrediente e termina com agradecimentos a todos os que de alguma maneira participaram e apoiaram o projecto.

No geral, um livro muito interessante, com as receitas bem explicadas e resultando de acordo com o esperado, onde encontramos criatividade na combinação de sabores.

Contém fotos de praticamente todas as receitas, o que facilita sempre a avaliação do resultado final.
Como limitação, poderemos encontrar dificuldades na aquisição de alguns ingredientes, como por exemplo o pó de "matcha", que não é mais do que o pó de chá verde, e que se adquire normalmente em lojas de produtos orientais.